Pouco antes de ser encontrada morta em Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a traficante catarinense Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, conhecida como “Diaba Loira”, publicou um vídeo nas redes sociais em tom de provocação.

Nas imagens, divulgadas pelo TikTok cerca de 24 dias antes de sua execução, ela fez acusações contra o rapper Oruam — filho do traficante Marcinho VP, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho (CV) — e contra o traficante Doca, também ligado à facção. Eweline insinuou que os dois estariam tentando corromper integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP), facção para a qual havia migrado após romper com o CV.

“Vocês já estão tentando comprar até o governo. Qual é, Oruam? Tá chato já. Tá querendo comprar o cara, pera lá”, ironizou a criminosa no vídeo.

Uso das redes sociais para desafiar rivais

Com mais de 92 mil seguidores, “Diaba Loira” usava a internet como palco para reforçar sua lealdade ao TCP e provocar antigos aliados. No mesmo vídeo, deixou claro que Oruam deveria “se ligar”, reforçando o clima de confronto entre as facções.

Trajetória até o crime organizado

Antes de se envolver com o tráfico, Eweline levava uma vida considerada comum em Tubarão (SC), sua cidade natal, onde trabalhou como alfaiate, revendedora de cosméticos e vendedora de trufas.

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, sua entrada no mundo do crime ocorreu após um episódio traumático em 2022, quando foi vítima de uma tentativa de feminicídio. Desde então, passou a demonstrar publicamente apoio ao TCP e à chamada Tropa do Coelhão, grupo vinculado à facção.

Entre os símbolos de sua fidelidade criminosa, chamou atenção uma tatuagem nas costas que estampava a figura de uma mulher segurando um fuzil e fazendo o gesto do número três com a mão — referência direta ao Terceiro Comando Puro.

Execução

A morte de Eweline Passos, confirmada em agosto de 2025, ainda é investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. O caso reforça a escalada da violência ligada à disputa entre facções criminosas no estado.