Um grave acidente com o Elevador da Glória, uma das atrações turísticas mais tradicionais de Lisboa, deixou ao menos 15 mortos e mais de 20 feridos nesta quarta-feira (3). Entre as vítimas fatais está uma criança de apenas três anos.

O descarrilamento ocorreu na Avenida da Liberdade e mobilizou uma grande operação de resgate, envolvendo mais de 60 agentes e 22 veículos de emergência. Algumas vítimas ficaram presas às ferragens e precisaram ser retiradas com o auxílio de equipamentos especiais. A tragédia abalou profundamente a capital portuguesa e levantou sérias dúvidas sobre a segurança do transporte centenário.

Investigações em andamento

As autoridades já abriram inquérito para apurar as causas do acidente. A Carris, empresa responsável pela gestão do bondinho, também iniciou uma investigação interna. Uma das principais hipóteses é a ruptura do cabo de segurança, peça fundamental para a tração elétrica do veículo.

Segundo o presidente da companhia, a manutenção do Elevador da Glória é realizada pela mesma empresa há 14 anos, sempre seguindo protocolos de segurança. No entanto, testemunhas relataram que o bondinho perdeu o controle na descida da ladeira e colidiu violentamente contra um prédio, se desfazendo “como uma caixa de papelão”.

Especialistas consultados apontam que uma falha no cabo de tração pode ter comprometido os freios, tornando inevitável o acidente.

Repercussão e luto nacional

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou profundamente a tragédia e prestou solidariedade às famílias das vítimas, cobrando rapidez nas investigações. O governo decretou luto nacional para esta quinta-feira (4).

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também manifestou pesar nas redes sociais, enquanto o prefeito de Lisboa classificou o dia como “trágico”, afirmando que toda a cidade está em luto.

Histórico de falhas

Esta não é a primeira ocorrência envolvendo o Elevador da Glória. Em 2018, uma pane mecânica causou um descarrilamento, felizmente sem vítimas, mas o serviço ficou suspenso por um mês.

Diante da nova tragédia, especialistas e autoridades já defendem medidas mais rigorosas para garantir a segurança de um dos símbolos históricos e turísticos mais icônicos de Lisboa.